quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dezembro de 2012: o fim do mundo está próximo?

O fim do mundo se aproxima? Será que a humanidade já tem dia marcado para deixar de existir? De acordo com escritos deixados pelos Maias, o planeta Terra tem cinco ciclos, de 5.125 anos cada um. No dia 21 de dezembro de 2012, exatamente daqui a um ano, é o final deste quinto ciclo. Muito se fala a respeito do que pode acontecer. Sobre a teoria, o que vem sendo falado por muitos é de que seria o fim do mundo. Filmes já entraram na onda da profecia, como o da foto acima do filme "2012". Nas redes sociais, o tema é sempre recorrente.
A teoria de 2012 divide opiniões. Muitas partem das diferentes interpretações dos relatos maias em si. Mas o que seria esse fim exatamente ainda é uma incógnita, que causa certa euforia. Há quem ache que haverá a inversão dos polos terrestres, causando terremotos e tsunamis, deslocando os continentes de sua posição atual. Outros dizem que as grandes catástrofes ocorrerão depois que um meteoro ou astro passar perto da Terra. A grande maioria, porém, não dá créditos para o assunto.
Para alguns populares, o fim do mundo não é real. O programador William Vale afirma que se o homem atual, com toda a tecnologia disponível, não conseguiu desvendar o futuro, seria impossível os Maias o terem feito em sua época. O analista de sistema Elter Souza, de 26 anos, também afirma que não acredita que seja o fim do mundo, pois como os próprios Maias disseram que outros ciclos já haviam sido completados, este é só mais um que se finaliza.
O fim do mundo já foi tema até de minissérie, exibida pela "TV Globo" em 1996, que levava exatamente este nome. Músicas também já abordaram o tema, questionando o que cada um faria se só lhes restassem um dia. O próprio mito de 2012 se tornou famoso após um filme hollywoodiano que contava como seria o fim, recheado de catástrofes naturais, nas quais somente quem tivesse dinheiro e se preparado para entrar em um refúgio sobreviveria.
De acordo com o doutor em História das Religiões, Edgard Leite, grande parte do que se fala sobre o fim do mundo em 2012 "se deve à credibilidade fiel que é dada por parte da população a partir da divulgação de filmes que sensacionalizam a teoria, quase transformando em uma lenda urbana". De acordo com ele, não há necessariamente uma má interpretação do que realmente a teoria diz, mas uma não procura dos populares sobre o que realmente diz a teoria. Edgard diz que ainda não há a comprovação da correlação entre o nosso calendário e o calendário Maia.
Há quem associe as grandes catástrofes naturais, que estão se tornando mais comuns, como comprovação de que o planeta está próximo do fim. "A possibilidade de grandes terremotos, evidentemente, existe sempre, e ainda não descobrimos meios de prevê-los, mas nenhum deles, por mais violento que seja, implicará em um final dos tempos em 2012", afirmou Edgar ao SRZD. Ele ainda diz que as diversas teorias criadas sobre o temido fim são atribuídas à fragilidade humana.
O professor de Sociologia e Filosofia, Rafael Barreto, explica que as religiões, além de buscarem respostas para a morte, vêm com o propósito de nos religar a algo que foi perdido anteriormente, o que seria o nosso fim. "O fim da humanidade é se religar, se conectar à sua origem, o que é a base de sua existência", disse ao SRZD. Para Rafael a teoria também é falha, pois nem mesmo os Maias conseguiram controlar seu próprio futuro.
 
A verdade é que enquanto o dia 21 de dezembro de 2012 não chega, o assunto continuará repercutindo. Nas redes sociais há diversos debates sobre o assunto, entre pessoas que acreditam e as que não creem. Há sites que já fazem a contagem regressiva para o nosso fim, contando dias e até segundos, além de acompanhar tudo o que acontece no mundo. Já há até quem já pense no que fará no último dia. O estudante Alan Muniz, de 24 anos afirma: "Eu vou fazer de tudo para sobreviver. Se for para morrer que seja tentando".
 
Por Lilian Neto

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O poder de pensar diferente - A mágica de Steve Jobs foi transformar egomania, obsessão e inquietude em trunfos no mundo dos negócios

O primeiro Macintosh: o marco zero da revolução da computação pessoal

Das muitas histórias conhecidas sobre Steve Jobs, sem contar as que virão à tona na publicação de sua biografia autorizada, uma das mais emblemáticas aconteceu no ano de 1981, quando a Apple era uma startup.

A equipe de engenheiros trabalhava na concepção do Macintosh, o computador que seria lançado três anos depois e mudaria para sempre o mundo da tecnologia. Numa reunião em que foi apresentado o cérebro do Mac, a placa-mãe onde são espetados os componentes que fazem a máquina funcionar, Jobs fez a seguinte crítica ao trabalho dos engenheiros:

“Essa parte é realmente bonita. Mas olhe os chips de memória. Isso é feio. As linhas estão muito perto umas das outras”.

Os responsáveis pelo design ficaram atônitos. Um novato, George Crow, interrompeu Jobs:

“Mas quem se preocupa com a aparência de uma placa-mãe? O importante é que ela funcione. Ninguém vai ver”.

“Eu vou ver”, respondeu Jobs. “Quero que ela seja o mais bela possível, mesmo que esteja dentro de uma caixa. Um grande carpinteiro não vai usar madeira vagabunda na parte de trás de um armário, mesmo que ninguém vá vê-la.”

Fim de conversa. Os engenheiros voltaram ao trabalho para tentar resolver o problema de acordo com as diretrizes do chefe.

Essa discussão mostra por que Steve Jobs se tornou uma figura inspiradora para seus fãs — os consumidores da Apple — e para aqueles que admiram suas conquistas como empreendedor e executivo.

Nos 30 anos que separam esse curto diálogo da morte de Jobs, no dia 5 de outubro, ele caiu, levantou-se, transformou indústrias e levou a Apple à condição de empresa mais valiosa do mundo.

Mas os traços que transparecem na conversa sobre a placa-mãe do Macintosh original estariam presentes em todos os momentos de sua incrível trajetória: o perfeccionismo, a obsessão pela estética e seu famoso campo de distorção da realidade: na presença de Jobs, seus subordinados eram frequentemente levados a fazer algo que parecia não ter sentido nenhum. (Muitas vezes não tinha mesmo. O desenho que ele exigiu para a placa não funcionava, e a proposta original é que acabou valendo.)

Esse episódio também ilustra um lado de Steve Jobs que parece esquecido em meio à consternação com sua morte: ele fazia exatamente o contrário do que se espera de um bom executivo. Contrariava toda e qualquer regra dos manuais de gestão. Ignorava os movimentos dos concorrentes.

Não se importava com o mercado de ações. Apesar da admiração que ele sempre despertou no mundo dos negócios — e que só deve aumentar, pois Jobs se tornou de fato um mito —, apesar da inspiração representada por sua volta redentora à Apple, apesar dos manuais de autoajuda baseados em sua vida, fica claro ao conhecer a trajetória de Jobs que “pensar diferente” é um luxo reservado para poucos.

Em primeiro lugar, claro, é preciso fazer por merecer o direito de ser diferente. Sua obstinação era lendária. Quando era adolescente, ainda no ensino médio, Jobs ligou para a casa de Bill Hewlett, um dos cofundadores da Hewlett-Packard.

“Naquela época ainda não existiam números fora da lista telefônica”, disse ele sobre o episódio em sua última aparição pública, diante do conselho municipal de Cupertino, onde fica a sede da Apple.

“Ele atendeu o telefone, e eu pedi peças para montar um contador de frequência. Ele me deu as peças, mas algo ainda mais importante: um estágio na divisão que fazia os contadores de frequência.”

Foi essa mesma determinação que levou Jobs a criar a Apple, anos depois, com a intenção de colocar os computadores das grandes empresas e das universidades também na casa das pessoas comuns. Os PCs, como ele definiu em uma de suas frases mais famosas, eram “bicicletas para a mente” e mudariam o mundo.

Mas eles não existiam como os conhecemos hoje, e isso foi fundamental para que Jobs pudesse imprimir sua visão — e suas idiossincrasias — nos produtos e em sua empresa. Como trabalhava na própria companhia, apostando num mercado que nem sequer existia, ele pôde desde o primeiro momento exercer outro traço pelo qual é conhecido: a tirania.

“Ele daria um ótimo rei da França”, disse um funcionário da empresa, segundo a reportagem de capa da revista Time de 1982 que elegeu o computador o “homem do ano” e incluiu um perfil não exatamente lisonjeiro de Jobs.

Esse episódio é apontado como um dos motivos pelos quais a Apple tenha operado no mais absoluto segredo desde os primeiros tempos. Se Jobs se comportava como um déspota, ninguém saberia. Desde meados dos anos 80, suas entrevistas se tornaram eventos raríssimos.

Ele mantinha contato com um punhado de jornalistas de grandes publicações, mas sempre off the record. As raras declarações que podiam ser reproduzidas costumavam acontecer depois de algum lançamento de produto — e, em geral, resumiam-se a elogios. Ninguém além dele próprio podia se manifestar em nome da companhia.

Mas isso não impediu que escapassem relatos do comportamento de Jobs no emprego, muito pelo contrário. Uma das melhores coleções está na internet e foi compilada por Andy Hertzfeld, um dos integrantes da equipe original do Macintosh e hoje funcionário do Google.

Eis um exemplo do que Hertzfeld ouviu de um chefe, ainda nos anos 80: “Ele (Jobs) é engraçado com relação a ideias. Se você apresentar uma ideia nova, em geral ele vai dizer que ela é uma estupidez. Mas, se gostar dela, exatamente uma semana depois ele vai voltar e apresentá-la para você como se ela tivesse saído da cabeça dele”.

Apesar das histórias de crueldade com os subordinados, poucos são os que deixam a Apple. Desses, um grupo ainda menor critica a companhia.

“Trabalhar com Jobs era um grande privilégio”, diz Gene Munster, do banco Piper Jaffray, um dos mais respeitados analistas de tecnologia do mercado americano. “Quem passou pela experiência, por mais difícil que ela tenha sido, sabe que fez parte de algo especial.”

O poder de persuasão de Jobs também era incomparável. Mas isso decorria mais de sua visão do que de seu charme e carisma, por mais famosos que eles fossem. Em 2001, quando o primeiro iPod foi lançado, o gênio do MP3 já tinha saído da garrafa, e as gravadoras vislumbravam um futuro sombrio.

Mas, naquela época, MP3 era sinônimo de música no computador. Os poucos players que existiam eram de má qualidade e tinham pouco espaço de armazenamento.

Muito antes que seus concorrentes enxergassem o tamanho da ruptura que se desenhava, a Apple lançou o iPod, que tinha um sistema de controle simplificado e guardava 1 000 arquivos, ao contrário das centenas de concorrentes.

“Até agora, ninguém encontrou a receita para a música digital”, disse Jobs no evento em que mostrou o iPod pela primeira vez. “Acho que nós a encontramos.” E como. Foi graças ao sucesso do iPod que Jobs conseguiu dobrar as gravadoras a vender arquivos por intermédio da Apple pelo preço de 99 centavos de dólar.

A loja iTunes, lançada em 2003, hoje conta com mais de 200 milhões de faixas e é, de longe, a maior vendedora de músicas do mundo. Foi apenas em 2007 que a empresa tirou a palavra “computer” do nome — mas a visão já estava na cabeça de Jobs havia vários anos, e foi graças a ela que as gravadoras puderam ter algum sucesso na revolução digital.

Um ego maior que a própria vida também foi um ingrediente fundamental na trajetória de Jobs. “Muitas vezes as pessoas não sabem o que querem até que mostremos a elas”, disse ele em certa ocasião.

Diante do sucesso estrondoso que a Apple alcançou, especialmente na última década, é difícil discordar. Mas talvez a idade, ou a percepção de que os sistemas fechados têm pouca chance nos tempos da internet, tenha atenuado em Jobs e na Apple o ímpeto de fazer tudo por conta própria.

O primeiro iPod funcionava apenas no Mac; foi com o lançamento da versão compatível com o Windows que o produto decolou. Com o iPhone, houve um fenômeno semelhante.

O aparelho foi unanimidade desde o instante em que apareceu pela primeira vez, mas o sucesso se consolidou quando a Apple decidiu permitir que desenvolvedores de software criassem programas para ele que a plataforma se tornou o grande ativo da Apple nessa nova era da computação pessoal.

Qualquer uma dessas características, sozinha, já tornaria difícil a vida de qualquer um numa empresa. Todas elas juntas, então, nem se fala. É por isso que Jobs só podia ser Jobs nas empresas que ele criou e moldou à sua imagem.

Outro elemento fundamental é o fato de que os mercados em que ele atuava essencialmente não existiam ou pelo menos foram transformados profundamente por suas mãos.

Jobs gostava de se considerar um artista, e acreditava que seus funcionários devessem pensar da mesma maneira em relação a si próprios.

Só artistas podem ser real­mente independentes, seja em relação à opinião dos outros, seja em relação ao valor comercial de suas criações. Como artista ou empresário, Jobs será lembrado por anos e anos.

Não há chance de que seu nome seja esquecido: a forma que moldou o gabinete plástico dos primeiros Macintosh continha a as­sinatura de todos os que participaram do projeto.

Os nomes estão gra­vados na parte interna dos computadores. Em le­tras minúsculas e no meio da lista, nu­ma rara demonstração de espírito de equipe, es­tá a assinatura: steven jobs.

Fonte:  IG.com

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mudança: ‘Efeito Google’ tem feito estudantes e internautas mudarem a forma de armazenar informação

Lavoisier dizia que "na natureza nada se perde, nada se cria; tudo se transforma", e Darwin sentenciou na Teoria da Evolução da Espécies que os seres vivos - e entre eles nós, humanos - se adaptam e evoluem de acordo com o ambiente em que vivem.

Incontáveis anos após a morte da dupla que ajudou a revolucionar a ciência como conhecemos, a "evolução" da humanidade ocorre em um meio que não é animal, vegetal ou mineral: o mundo virtual da internet. Segundo pesquisa publicada no mês passado pela revista norte-americana "Science", as pessoas estariam deixando de armazenar a informação para guardar onde ela seria encontrada. Com o título "Os efeitos do Google na memória: as consequências cognitivas de ter a informação na ponta dos dedos", o estudo foi realizado com 60 alunos da Universidade de Harvard e ficou conhecido por "Efeito Google". Basicamente, o estudo chegou à conclusão de que a capacidade de memorização havia diminuído. Para muitos, além de interferir na memória, a prática de pesquisa na internet vem substituindo o costume de se averiguar informações ou dúvidas entre amigos, parentes e especialistas.

E essa "adaptação" do ser humano a um novo "ambiente" teria chegado às salas de aula do Sul Fluminense? Segundo a professora e Mestra em Linguística e Língua Portuguesa pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica), Ana Malfacini - que trabalha com alunos do ensino médio, segundo grau e de ensino superior -, a resposta é "sim" - e isso não seria bom:

- Acho que os alunos banalizam a ferramenta, não a usam de maneira adequada. Um bom exemplo é a Wikipedia, nos últimos tempos, ele virou um oráculo; se você não acha algo lá, parece que o assunto tem menos importância. Parece então que o senso comum confia mais na internet do que nas pessoas - criticou.

Ela disse, ainda, que vem sentindo as mudanças constantemente, com alunos conectados à internet em sala de aula através de redes WiFi e que, ao invés de ajudar no ensino, isso acaba apenas resultando em menor atenção ao que é repassado - exatamente por confiar no que é encontrado na rede mundial de computadores.

- Os alunos baixam trabalhos inteiros através da Web e entregam como pesquisa, mas ainda tenho alunos que interagem comigo, dizendo que pesquisaram no Google o que eu ministro. Mas isso é muito raro; no fim, o povo gasta muito tempo nas redes sociais - salientou a professora.

Para Malfacini, o professor precisa saber usar ferramentas virtuais; ela destacou, inclusive, que algumas escolas já capacitam os profissionais de ensino nesse sentido e que cabe a eles o papel da mediação.

- Os professores têm novos desafios, mas continuam sendo profissionais igualmente importantes. Eles precisam mostrar para os alunos como se raciocina na Web e não deixar que eles saiam repetindo lugares-comuns, mas é difícil. A resistência é grande por parte de alunos viciados e professores pouco estimulados - lamentou.

A professora, entretanto, não vê apenas desvantagens nessa mudança de paradigma:

- Isso significa que estamos fazendo novas conexões e que a nossa memória está selecionando o que achamos mais produtivo. Só me preocupa o fato de as pessoas perderem o contato com o tradicional, deixar de ir a uma biblioteca e pesquisar tudo na rede. "Por que ir a um teatro se tenho o YouTube?" Mas aí o problema não é da internet ou do Google, mas das pessoas - acredita.
 
‘Ferramenta válida'
 
Existe, porém, quem veja de outra forma o fato dos alunos recorrerem ao Google para saber sobre informações pontuais. É o caso da também professora e Doutora em Comunicação Social Aline Pereira:

- É importante frisar que o Google é uma ferramenta de busca que conduz a fontes de pesquisa, assim como os livros, as revistas e as enciclopédias. Falar em termos gerais sobre "pesquisa no Google" é muito vago. É possível fazer diversos tipos de pesquisa no site. Uma coisa é a pesquisa para simples verificação de dados, datas ou acontecimentos. Outra coisa é a pesquisa em artigos acadêmicos ou livros disponíveis na internet, desde que citados. E uma terceira, bem diferente, é copiar material disponível na internet sem dar os créditos, como se o texto fosse seu. Acho que o problema está nesta última, mas isso não é novidade - afirmou.

Ela aproveita para salientar os benefícios e malefícios da ferramenta de pesquisa:

- Existe um recurso no próprio Google, inclusive, que é o "Google Acadêmico", que conduz direto a artigos científicos. O lado positivo é a rapidez e a facilidade com que solucionamos uma dúvida que nos tomaria tempo e também o contato com outras pesquisas sobre o seu tema. O lado ruim é que muita gente abusa e acaba se apropriando de informação de terceiros. A consulta não pode ser cópia integral, substituindo o que deveria ser fruto de um pensamento crítico e reflexivo do aluno. Hoje em dia, alguns alunos simplesmente utilizam o recurso de "copiar" e "colar" do computador sem se darem sequer ao trabalho de ler o resultado final. Já recebi trabalhos onde o aluno se esqueceu de tirar o endereço da internet do rodapé da página - contou.

A professora do UniFoa (Centro Universitário de Volta Redonda) acredita que a informação não deva ser retida (no sentido de decorada). Dessa forma, ela não se importa que os alunos usem o Google como consulta se isso lhes poupar tempo para o que realmente importaria, na sua opinião: a contribuição ao tema através de uma reflexão crítica.

- Não é o objetivo da escola ou da universidade fazer com que o aluno decore informações. É lógico que ele precisa ter uma noção temporal. Saber, por exemplo, que o Renascimento vem depois da Idade Média. Mas saber em que ano Leonardo Da Vinci pintou a Mona Lisa, isso ninguém precisa saber de cor - destacou Aline, que aponta para outro problema que, segundo ela, seria mais crítico:

- O que eu noto é que os alunos chegam, a cada semestre, mais despreparados, mas isso não tem nada a ver com a internet. A culpa é do nosso sistema educacional que não prepara os estudantes para o ensino superior. A leitura e o estudo são atividades desmerecidas atualmente. Não temos cultura literária - criticou a acadêmica.

Se essa nova forma de pesquisar tornou o plágio mais comum e aceito, Aline destaca que a internet também facilita o trabalho do professor para demonstrar que "o crime não compensa":

- Assim como os alunos têm mais rapidez para copiar, os professores também têm muito mais rapidez para detectar a cópia - disse a profissional da educação.

Rapidez
 
A estudante de Comunicação Social Carina de Almeida, de 22 anos, é uma que reconhece a influência do "Efeito Google" na sua vida acadêmica.

- Basta colocar fragmentos ou palavras mesmo sem as conjunções na área de busca e já temos uma pista ou o próprio assunto que queremos encontrar. A gente tenta guardar emails, sites, informação mesmo em cadernos ou agendas, mas é impossível manter esse controle se, com um clique, a gente encontra o que quer na internet. É muito mais prático do que folhear cadernos - afirmou.

Carina também acredita que a internet passou a ser a substituta de amigos e parentes na hora de se procurar uma informação:

- Ela (a internet) é mais rápida do que perguntar para alguém, sem contar que a pessoa pode errar. A Web também não é perfeita, mas nela sabemos como "caçar" a informação. Por mais que a net seja dispersa, variada, alguns sites já passam confiança - explicou.
 

Fonte: Diário do Vale / Júlio Black

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Fracassar é possível (embora não recomendável) !

“Perdi mais de nove mil cestas e quase 300 jogos. Em vários momentos da minha vida, falhei. E é isso que me torna um vencedor.” Esta célebre frase de Michael Jordan, um dos melhores jogadores de basquete dos últimos tempos, nos faz refletir sobre uma palavra muitas vezes temida: fracasso.

Eis algumas considerações importantes sobre ele:

•Falhar em determinado momento na vida é absolutamente normal, difícil é encontrar alguém que nunca tenha errado uma vez na vida;

•Somos fruto de nossas escolhas, portanto o fracasso e o sucesso são resultados que dependem única e exclusivamente de você;

•Fracasso não é, necessariamente, falta de capacidade.

Nem sempre a falta de êxito significa o fim, mas pode, na maioria das vezes, representar um recomeço. O importante no fracasso é o aprendizado que dele se tira. Eike Batista, por exemplo, já teve uma empresa de jipes que não deu certo e outro negócio no ramo da tecnologia que também não foi adiante. Mas, atualmente um dos empresários mais ricos dos Brasil, Eike relatou que essas experiências serviram como aprendizado e como uma tremenda injeção de ânimo.

O fracasso não é definitivo, apenas para quem desisti de tentar. A vitória é uma tentativa que deu certo, portanto continue tentando até acertar. Não deixe que o medo de fracassar o impeça de tentar e lembre-se do que Henry Ford disse certa vez: “O fracasso é a oportunidade de começar de novo com mais inteligência e redobrada vontade”.

 
Fonte:  Administradores.com

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Erros que o investidor pode evitar - Autor de livro sobre finanças comportamentais explica como o investidor deve agir para sobreviver a si mesmo na bolsa (parte I)

Aquiles Mosca, do Santander: investidor deve ter manual de sobrevivência contra si mesmo: Milhões de razões podem levar alguém a perder dinheiro no mercado acionário. Falta de sorte, viradas inesperadas da bolsa e assimetria de informação estão entre as principais. Quando se trata de prejuízos que poderiam ter sido evitados, no entanto, é bastante comum que tenham sido causados por fatores emocionais e comportamentais do próprio investidor. "O processo decisório humano está repleto de imperfeições oriundas de características inatas e tendências inconscientes, muitas delas resultantes do próprio processo evolutivo da raça humana", diz Aquiles Mosca, estrategista de investimentos da Santander Asset Management e autor do livro "Finanças Comportamentais".
 
Entender como funciona o cérebro e aprender a dominar o coração e os nervos, portanto, podem ajudar o investidor a melhorar sua performance. Ensina o estrategista do Santander: "No meio aeronáutico, costuma-se dizer que aviões não caem, mas são derrubados. (...) O mesmo vale para os investimentos em bolsa." Abaixo e nas próximas páginas, EXAME.com apresenta os dez fenômenos comportamentais mais comuns que podem prejudicar um poupador. A lista foi elaborada a partir de um compilado de frases colhidas durante uma entrevista com Aquiles Mosca e em seu livro:
 
1 – O efeito certeza - A maior parte da população não está disposta a correr riscos para ganhar dinheiro. Diversos estudos comprovam que, em períodos longos de tempo, as bolsas de valores tendem a apresentar uma rentabilidade superior à da renda fixa. Mas as pessoas não gostam de conviver com a ideia de retornos variáveis. Para evitar perdas ainda que momentâneas, muita gente descarta a possibilidade de investir em ações. A explicação psicológica é que o estresse associado a uma perda é significativamente maior que o prazer associado a um ganho da mesma proporção. O efeito prático é que os recursos investidos em renda fixa superam facilmente as participações em bolsa na maior parte dos países. Para superar o efeito certeza, o investidor deve dar um passo de cada vez. Uma primeira iniciativa interessante seria alocar um pequeno percentual do dinheiro disponível em ações. Aplique apenas entre 5% e 10% dos recursos poupados na bolsa com uma perspectiva de resgate sempre superior a um ano. Não acompanhe o desempenho das ações diariamente. À medida que os benefícios da paciência ficarem claros no médio e longo prazo, o investidor automaticamente ganhará a confiança necessária para aumentar a carteira de ações.

2 – O fenômeno da representatividade - Informações que recebemos no presente ou no passado recente exercem importante influência sobre nossa capacidade de julgamento e tomada de decisão. Nossa avaliação referente a eventos futuros é, em grande parte, uma extrapolação do que estamos vendo no presente ou do que vimos há pouco tempo. É por isso que, quando a performance da bolsa é positiva em um mês, podemos ter certeza que no mês seguinte a bolsa receberá fortes aportes de investimentos de pessoas físicas. A tendência de tentar prever o futuro com base no passado assemelha-se a conduzir um carro com base no que estamos vendo no retrovisor - com resultados igualmente desastrosos. É provável que quem compra ações após um período de alta esteja pagando caro pelo ativo. Esse erro é tão comum que toda modalidade de investimento, bem como suas propagandas e prospectos, precisam vir acompanhadas da frase "rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura". Parece então um erro conhecido e simples de ser evitado. Porém, como toda tendência comportamental inata e inconsciente, evitá-la não é fácil.
 
O que funciona nesse caso é definir um portfólio ideal para seu perfil de investidor e fazer realocações constantes em prazos pré-determinados. Se alguém chegou à conclusão de que aceita tomar risco somente até o ponto de investir 30% dos recursos poupados em bolsa, mantendo os outros 70% em renda fixa, deve periodicamente rebalancear a carteira para se manter nessa proporção. Se a bolsa subiu 50% e o investidor passou a deter 45% de suas economias aplicadas em ações, portanto, deve vender o percentual necessário para atingir o que foi definido como ideal. Se as ações caíram, então o investidor deve tirar recursos da renda fixa para colocar na bolsa. Essa realocação deve ser feita a cada três meses – embora não exista um prazo ótimo definido. A estratégia soa simples, mas exige muita disciplina. É difícil tirar dinheiro de um investimento vencedor para colocar em outro que naquele momento parece perdedor. Mas essa é a única forma de garantir que o investidor estará comprando na baixa e vendendo na alta. Um estudo mostra que 94% dos melhores gestores dos Estados Unidos fazem isso. Já os gestores que são capazes de adivinhar a hora certa de entrar e sair do mercado podem ser contados nos dedos.
 
3 – O fenômeno da saliência ou disponibilidade - A humanidade tem uma tendência natural de dar grande peso e atenção a histórias e relatos e pouca importância a estatísticas e números. Esse fenômeno resulta do fato de que, ao longo da evolução humana, a principal forma de transmissão de conhecimento ocorreu, e continua ocorrendo, por meio do relato falado e escrito. São fatos salientes aos olhos do observador que influenciam sua capacidade de julgamento. Um bom exemplo para ilustrar o fenômeno da saliência é o fato de que as vendas de passagens aéreas caem sempre que ocorre um acidente de grande repercussão na mídia. Muita gente sabe que estatisticamente a aviação é o meio de transporte mais seguro. Mesmo assim, muita gente adia viagens de avião sob o efeito das imagens de um avião destroçado. Pelo mesmo motivo, as ações de empresas aéreas costumam registrar perdas nos dias que se seguem a um desastre. O bom investidor deve estar ciente de que o cérebro possui tais limitações. É necessário ser racional ao investir. O conselho do rebalanceamento constante é uma forma de não se deixar levar por aspectos emocionais na bolsa.

4 – O efeito manada – Esse é um dos fenômenos comportamentais mais conhecidos e debatidos pelo mercado. Mesmo assim, pode ser observado o tempo todo. Imagine uma ação que esteja caindo a partir de uma explicação pouco convincente. Isso não impede que outras pessoas fiquem impressionadas pelo desempenho negativo do papel, vendam suas posição e acentuem a tendência de baixa. Afinal, uma forma de simplificar o processo decisório é simplesmente seguir o grupo. Errar em companhia da maioria é menos estressante, ao passo que conviver com as conseqüências de um equívoco em virtude de um posicionamento oposto ao do grupo é um constrangimento que a maioria evita a todo custo. O efeito manda em momentos de alta do mercado é a principal explicação para a formação de bolhas. Um dos problemas de se identificar uma bolha é que quanto mais tempo ela dura, menos se parece com uma. Muitos investidores veem a valorização do mercado e não querem ficar de fora. Eles extrapolam para o futuro a tendência de a valorização continuar ocorrendo. Então vemos na mídia com grande alarde notícias sobre a alta que está ocorrendo. É claro que ninguém quer ficar de fora e mais ordens maciças de compra são disparadas.
 
O problema é que nenhum preço sobe para sempre. Em determinado período, vem o recuo nas cotações. Uma hora ou outra, serão divulgados balanços que mostrarão que houve exagero nas cotações. Neste momento, muitos investidores vão relutar em se desfazer do ativo. Porque ganharam muito até agora, acreditam que não há motivo para desespero. A ganância fala alto. Alguns pregões a mais de recuo dos preços e o número de vendedores começa a aumentar. A bolha estoura e atinge a maioria. A disciplina e o rebalanceamento são a única forma de não ser mais uma vítima. Siga a manada enquanto os fundamentos derem sustentação ao movimento do mercado. Mas deixe o conforto da manada quando esse não for mais o caso. O receio número um das pessoas comuns na gestão de patrimônio é de ficar pobre enquanto os outros enriquecem. Mas é um erro temer mais a perda de uma oportunidade do que a perda de dinheiro.
 
5 - O viés de autoatribuição – Ocorre quando atribuímos a nós mesmos os louros por eventuais ganhos que são do mercado como um todo ou resultantes de sorte. Em 2007, muita gente achava que sabia ganhar dinheiro na bolsa devido aos resultados positivos obtidos em um período excepcional para o mercado de ações. Mas o excesso de confiança gerado por bons retornos costuma virar um problema. A pessoa tende a colocar mais dinheiro do que deveria em ações num momento em que o mercado está caro. Outro comportamento comum é achar que possui alguma habilidade extraordinária para entender o funcionamento do mercado. Nesse caso, o investidor costuma começar a girar demais a carteira. A história mostra que isso dá pouco resultado. Em primeiro lugar, porque aumenta os custos de corretagem e o pagamento de Imposto de Renda. O investidor também corre o risco de perder dias de grande alta nos momentos em que fica fora da bolsa. Há pesquisas que mostram que o desempenho extraordinário das ações se concentra em um punhado de bons pregões. Eventuais habilidades acima da média do gestor não compensam o risco de perder pregões de forte alta e os custos mais elevados de corretagem.

Um terceiro problema do viés de autoatribuição é que eventuais fracassos passam a ser atribuídos a fatores externos ou fora de controle. A máxima do investidor com excesso de confiança é: "Cara, eu ganho. Coroa, é falta de sorte". Por não saber admitir que errou, a pessoa tem mais dificuldade em se desfazer de ativos perdedores, o que pode comprometer a rentabilidade de toda a carteira. Uma forma de evitar esse equívoco é usar ordens "stop". Colocar um preço de venda do ativo para limitar as perdas caso as coisas não saiam como o esperado é um elemento adicional de disciplina. Eu recomendo o uso tanto de ordens "stop loss" quanto "stop gain". Para aumentar a segurança, é melhor definir as ordens já no momento em que a ação é comprada.

 
(segue)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Preciso fechar a empresa: e agora? Problemas relacionados a impostos e dívidas podem recair sobre o empresário, que pode quitar com seus bens pessoais

Nem tudo são flores no mundo do empreendedorismo. No Brasil, ainda é grande o índice de mortalidade das pequenas e médias empresas, sobretudo por fatores tributários e ausência de qualificação. Entretanto, o momento econômico pelo qual o Brasil passa demanda uma maior presença da iniciativa privada na economia, o que acarreta em benefícios e facilidades para iniciar uma empresa. "Em aproximadamente 60 dias você tem a Pessoa Jurídica montada com toda documentação necessária para operar e emitir nota fiscal do serviço ou venda", afirma o advogado e consultor Auro Ruschel.
 
O problema é quando o empreendimento não dá certo. Pior ainda quando sobram dívidas com fornecedores e pesados tributos devidos ao governo, o que pode obrigar os empresários a quitar as dívidas da empresa com os bens pessoais. Para esclarecer alguns aspectos relacionados ao fechamento de empresas, Ruschel concedeu uma breve entrevista ao Portal Administradores. Confira:

Quais são os maiores percalços que o empresário enfrenta na hora de fechar um empreendimento?

O mais importante é que o empresário deve saber o momento de encerrar, pois há dois panoramas: o fechamento da empresa que encontra-se com saúde financeira sensível e o fechamento da empresa que não gera receita, mas também não tem despesa. Geralmente na segunda hipótese os proprietários não têm maiores cuidados. Porém, a empresa que está enfraquecida exige de seu sócio a maturidade em saber parar, pois em determinados casos, a continuidade gera mais contas. Esta decisão é extremamente difícil, pois o empresário tende a achar que o negócio vai melhorar no mês seguinte. Nestas hipóteses os cuidados deverão ser extremos, pois qualquer ato do empresário poderá levá-lo a responder pessoalmente. Então, o principal ponto é a análise do momento correto para o fechamento e, a partir disto, projetar as obrigações.

Abrir uma empresa é mais fácil do que fechar atualmente? Por quê?
 
A crescente abertura econômica do país, acumulada com a considerável circulação de riqueza geram oportunidades de negócios em todos os segmentos, especialmente no terceiro setor e nas demandas estruturais. Com isso, as pessoas sonham em ter seu próprio negócio e acabam por constituir uma empresa. Esse processo é um passo fundamental para o desenvolvimento econômico. Por causa disso, a exigência para a abertura é mitigada, bastando somente um acordo de vontade entre os sócios, ou seja, a intenção em constituir um negócio e o preenchimento da documentação necessária. Frente a isto é interesse do país a abertura de empresas e as facilidades decorrem disto.

A que penalidades o empresário está sujeito se fechar a empresa sem quitar todas as obrigações?

Se os sócios de alguma empresa não procederem corretamente no encerramento da mesma, correrão o risco de terem que pagar eventuais débitos. Isto é, caso a empresa fique devendo tributos, débitos trabalhistas ou fornecedores, por exemplo, os sócios poderão responder com o seu patrimônio pessoal, haja vista que ocorrerá a desconsideração da pessoa jurídica. Entretanto, tal fato não é automático, deverá ser precedido de manifestação judicial e, caso isso ocorra, os sócios responderão dentro das suas quotas de capital, caso a empresa seja uma limitada. Por outro lado, se a empresa for uma firma individual, o sócio tem responsabilidade solidária, ou seja, responderá com seu patrimônio em qualquer hipótese.

Como o empreendedor deve se prevenir se o negócio não der certo? Quais são os principais cuidados ou medidas que ele deve adotar nesses casos?

Aconselha-se que no momento do encerramento ou, preferencialmente, antes, o sócio procure assessoria de um advogado, para alertá-lo dos riscos.

Quanto tempo, em média, leva para se fechar uma empresa, legalmente?

Em aproximadamente 60 dias você tem a Pessoa Jurídica montada com toda documentação necessária para operar e emitir nota fiscal do serviço ou venda. Enquanto isso para fechar uma empresa, existem requisitos legais que precisam ser obedecidos. Não há como estimar um tempo, pois vai depender da quitação dos valores devidos pela empresa.
 

Fonte: Administradores.com - Eber Freitas

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ações: veja perguntas que investidor deve fazer antes de começar a investir

Com as recentes quedas do mercado acionário brasileiro e as incertezas sobre os rumos da Bolsa, os especialistas recomendam que os investidores planejem cada vez mais a entrada nas aplicações que envolvem renda variável.
 
Assim, antes de decidir pela compra de ações de determinada empresa, é importante fazer alguns questionamentos e entender quais são os riscos inerentes à operação. Para ajudar os iniciantes neste mercado, o especilista do MoneyFit, André Massaro, listou 10 perguntas que o investidor deve fazer antes de entrar no mercado de ações:

1- Eu já sei o que é o mercado de renda variável?

Em primeiro lugar, se você não sabe a diferença entre renda fixa e renda variável, provavelmente não está preparado para entrar no mercado de ações, na opinião de Massaro. Ele lembra que, por se tratar de renda variável, o preço das ações pode variar, tanto positiva quanto negativamente. “É possível ganhar ou perder nesse mercado e é importante o investidor ter consciência disso”, pontua.
 
2- Preciso de algum tipo de ajuda para tomar decisões de investimentos?

Para Massaro, essa é uma pergunta que o investidor deve se responder com muita sinceridade. Se a resposta for “sim”, é importante que ele recorra apenas a profissionais certificados e autorizados pela CVM para emitir opiniões. “Fuja das 'dicas quentes' e dos espertalhões de plantão como se estivesse fugindo da própria morte”, aconselha.
 
3- Qual é o meu perfil de investidor?

De acordo com o especialista do MoneyFit, uma das chaves para o sucesso nos investimentos é o autoconhecimento. "Saber qual é seu perfil de investidor (medroso, conservador, moderado, agressivo ou “maluco”) é fundamental para definir qual a abordagem correta e a estratégia de investimentos mais adequada", afirma.
 
4- Eu tenho dinheiro suficiente?

Massaro lembra que, atualmente, a bolsa de valores está muito mais acessível ao pequeno investidor do que em outras épocas, mas, ainda assim, para investir de forma segura e vantajosa, é preciso uma determinada quantia de dinheiro. “Quem não tem recursos para compor uma carteira minimamente diversificada e balanceada deve optar pelos fundos ou clubes de investimento”, ressalta.
 
5- Sozinho ou em grupo?

A decisão de entrar na bolsa diretamente ou por meio de um fundo ou clube de investimentos não é determinada apenas pela quantidade de dinheiro disponível para investir, segundo ele. Muitas vezes o investidor pode ficar mais à vontade deixando seus recursos nas mãos de um gestor profissional, associado a uma instituição financeira, que vai administrá-lo juntamente com o dinheiro de outros investidores. Investidores mais abastados podem, inclusive, contratar os serviços de um gestor exclusivo.
 
6- Eu tenho algum plano de curto prazo para o dinheiro que vou investir?

“Se a resposta for 'sim', faça um favor a si mesmo e esqueça as ações”, aconselha Massaro. Nestes casos, ele recomenda um investimento “seguro, estável e de alta liquidez”, como títulos públicos de renda fixa.
 
“Apenas coloque em ações aquele dinheiro que não vai precisar tão cedo, assim não correrá o risco de ser obrigado a se desfazer de suas ações em um período de baixa, tendo que realizar prejuízos”, diz.
 
7- Já defini com qual corretora vou operar?

Transações com ações em bolsa são, necessariamente, conduzidas por intermédio de uma corretora de valores. Caso não tenha uma conta em uma corretora, é a primeira coisa a providenciar. Pesquise as corretoras – existe grande variação de preços e níveis de serviço. Uma lista completa das corretoras autorizadas a operar no mercado está disponível no site da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br).
 
8- O que eu devo saber sobre uma empresa antes de comprar suas ações?

O especialista do MoneyFit lembra que o dinheiro que você está colocando em risco é seu, então, é sempre bom ter um bom motivo para fazê-lo. “Procure saber algo sobre a empresa da qual vai comprar ações, como sua situação financeira, o mercado onde atua e seus principais gestores. Se preferir (e tiver o conhecimento) poderá tomar suas decisões baseado em análises de preços e gráficos, mas certifique-se sempre de ter uma boa razão para comprar”, recomenda.
 
9- Como é o tratamento fiscal?

Massaro lembra que o investimento em ações tem suas peculiaridades fiscais. Os ganhos com ações devem ser declarados mensalmente. “Existem alguns intervalos de isenção para vendas dentro de determinado mês e alíquotas diferenciadas conforme o prazo das operações. É importante que o investidor se informe adequadamente para evitar problemas futuros com as autoridades fiscais afirma.
 
10- O que eu faço se o mercado cair?

De acordo com Massaro, a não ser que você seja um profissional do mercado ou pelo menos um investidor muito experiente e preparado, o melhor a fazer numa situação assim é “nada”. “Quedas fazem parte do 'jogo' e deve-se estar preparado para elas antes de começar”, diz. “Ficar angustiado com o comportamento das ações é algo contraproducente e que frequentemente nos leva a tomar decisões erradas. Mantenha a cabeça fria, não dê ouvidos às opiniões alheias e siga sua estratégia até o fim”, completa.


Por: Diego Lazzaris Borges (Infomoney)

sábado, 14 de maio de 2011

Abra sua empresa a custo (quase) zero - Consultores de gestão, RH e tecnologia mostram como tirar proveito da internet, de associações e redes sociais na hora de começar do zero e com pouco dinheiro

A ideia é inovadora e tem potencial. Na hora de fazer as contas para saber quanto custa tirá-la do papel, porém, a coisa muda de figura. Realizar o sonho de empreender esbarra em questões burocráticas e, principalmente, financeiras, que inibem o voo de muitos ex-futuros-empresários com projetos promissores.

As questões que surgem logo de cara parecem complexas demais para o iniciante. Qual a quantia necessária para abrir a empresa e mantê-la funcionando até obter lucro? Como conseguir crédito mais barato? O que fazer para não errar na hora de aplicar o capital? Em geral, são fatores diretamente relacionados a dinheiro que abatem o ânimo de muitos empreendedores em potencial.
 
“As pessoas têm medo de investir as economias, não ter sucesso e se endividar. Por isso, boa parte das ideias que poderiam originar novas empresas fica apenas na imaginação”, diz Enio Pinto, gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae.

De fato, até há bem pouco tempo, montar uma empresa com o dinheiro contado era missão quase impossível. Porém, com o avanço da tecnologia, esse cenário mudou. Hoje já é possível recrutar on-line, fazer reuniões sem sair do escritório e fidelizar clientes pelas redes sociais sem desembolsar nenhum centavo. “A internet, aliada a estratégias criativas, impulsiona o empreendedorismo”, afirma Carlos Sampaio, coordenador de suporte do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR). Pequenas Empresas & Grandes Negócios ouviu especialistas de diversos setores e elaborou 40 dicas para ajudá-lo a cortar despesas antes mesmo de abrir as portas.

Confira a seguir as estratégias que vão fazer sua start-up decolar.
 
1 > CALCULE OS CUSTOS DE ABERTURA

A emissão do alvará e taxas da junta comercial são os principais gastos para abrir a empresa legalmente. Segundo Cláudio Vallim, consultor jurídico do Sebrae-SP, dependendo do estado, pode haver outras contribuições obrigatórias, mas o custo total da burocracia varia de R$ 900 a R$ 1.500. Para resolver tudo, pode-se optar por contratar um contador ou advogado. Em São Paulo, o valor cobrado pelo prestador de serviço gira em torno de R$ 2 mil.
 
2 > EVITE O CRÉDITO PESSOAL
 
Não busque dinheiro em linhas de crédito pessoal. “Bancos estatais disponibilizam financiamento para pequenas e médias empresas com taxas vantajosas. Enquanto os juros do cartão de crédito são de 10% a 12% ao mês, as outras linhas variam de 1,5% a 2% ao mês. Fuja também das linhas pré-aprovadas, similares ao cheque especial e as mais caras do mercado”, diz o consultor em finanças Alexandre Guimarães, sócio da Kaph Financial Group. Empresas iniciantes podem ainda obter financiamento de até R$ 400 mil (com prazo de até 96 meses, com 36 de carência) do Proger Urbano, disponível em bancos credenciados com juro anual de até 5,33% ao ano, mais TJLP de 6,3% ao ano.
 
3 > MÓVEIS? SÓ O ESSENCIAL
 
Mobiliário é caro. No início, gaste pouco para escolher mesas e poltronas e utilize peças de segunda mão em bom estado. Com o tempo, quando o negócio for ganhando corpo, a decoração pode ir mudando. Muitos empresários, acostumados a trabalhar em grandes empresas, montam escritórios luxuosos e depois descobrem que não têm mais dinheiro para, por exemplo, contratar mão de obra qualificada ou para capital de giro.
 
4 > REAVALIE OS ESTOQUES
 
Não ter um estoque foi a solução que os donos do Magazine 25, loja que vende artigos para festas, encontraram para viabilizar o negócio. Em 2006, Vagner Fradinho Cândido de Oliveira, 55 anos, resolveu investir R$ 100 mil e criar uma loja virtual de produtos na rua 25 de Março. Como não tinha espaço para estocar mercadorias, o empresário não comprava nada antes que os pedidos fossem feitos. “Fazíamos acordos com empresas da região para tirar fotos dos produtos e publicar no site. Ao final do dia, verificávamos quantas vendas tinham sido realizadas e só então íamos às compras”, afirma Bruno Oliveira, 27 anos, filho de Vagner. O empreendimento familiar fatura R$ 5,5 milhões, emprega 30 funcionários e ocupa 36 salas de um prédio, onde fica também a loja física.

5 > FALE DE GRAÇA
 
Use e abuse de programas de ligações via VoIP. Com o Skype dá para fazer chamadas gratuitas pelo computador ou smartphone, utilizar recursos de vídeo, chat e realizar conferências com até nove pessoas. “Embora seja o mais famoso, já existem outras ferramentas grátis semelhantes para baixar na internet, entre elas o Gizmo, o Adphone e o X-lite. Além de a instalação ser simples, a qualidade da chamada não deve em nada à das operadoras de telefone”, afirma Carlos Sampaio, coordenador de suporte do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR).
 
6 > APOSTE NA NUVEM
 
Vale a pena hospedar na nuvem o correio eletrônico, o banco de dados, a parte contábil e o administrativo, entre outros. Acessar todas as informações da empresa de forma remota traz mobilidade. Outra vantagem dos serviços de cloud computing é a economia. Com eles, a manutenção da infraestrutura e a instalação dos softwares nos computadores corporativos diminuem, pois ficam a cargo do provedor do serviço. Não é preciso superdimensionar o servidor. Montar um parque servidor dentro da empresa sai, em média, R$ 20 mil. A mensalidade dos serviços de cloud computing gira em torno de R$ 80 por usuário.
 
7 > TOME DECISÕES SEM SAIR DO ESCRITÓRIO

Ao fazer reuniões opte pelos sistemas de teleconferências virtuais. Muitas vezes, o empresário tem de se locomover ou até viajar para tomar decisões importantes, o que gera gastos que podem ser evitados, pelo menos no início. “A Talkshoe oferece o serviço gratuito. Basta preencher um cadastro e abrir a conta. O Gotomeeting permite fazer videoconferências ilimitadas via web com até 15 participantes por US$ 49 mensais”, diz Carlos Sampaio, coordenador de suporte do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR).
 
8 > EMBARQUE NO GEOMARKETING
 
A ferramenta é uma pesquisa demográfica detalhada que ajuda a conhecer os moradores da região em que o negócio será criado, seu nível socioeconômico e hábitos de consumo. Isso diminui o risco e permite direcionar ações junto ao mercado de atuação. Com os dados, dá para fazer previsões de quanto o empreendimento vai faturar e analisar os concorrentes vizinhos. O Sebrae oferece, de graça, uma ferramenta de geomarketing chamada Bússola.
 
9 > TERCEIRIZE
 
Terceirize tudo o que não for da sua expertise e não represente uma vantagem competitiva, isto é, atividades que não o diferenciem da concorrência. “Uma empresa de comércio eletrônico pode, por exemplo, terceirizar o serviço de delivery. Ter frota própria demanda despesas com manutenção, além do alto capital que deve ser investido na compra das motos e contratação de motoboys. A economia chega a ser de 30%”, diz Dariane Castanheira, professora do Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento da Fundação Instituto de Administração (ProCED/FIA).
 
10 > TENHA UM PERFIL NAS REDES SOCIAIS

“É uma ótima maneira de interagir com milhares de consumidores simultaneamente. Além de divulgar produtos, você pode fazer pesquisa de mercado e manter um contato mais próximo com a clientela”, afirma Silvio Tanabe, especialista em marketing. Desde que fundaram, há dois anos, a Nosh, loja de roupas para crianças, as sócias Bruna Arkalji, 31 anos, e Gisela Arkalji, 28, apostam nas redes sociais. “Usamos o Twitter e o Facebook para fidelizar consumidores e consolidar a marca. No Facebook, por exemplo, publicamos fotos que as clientes nos enviam de seus filhos vestindo peças da Nosh. Elas adoram, mandam para as amigas e para os familiares. Isso ajuda a divulgar a empresa de um jeito leve e afetivo”, diz Bruna. A empresa tem três lojas em São Paulo e fatura R$ 500 mil mensais.
 
MARKLETING VIRTUAL
As irmãs Bruna e Gisela Arkalji: faturamento de R$500 mil ao mês depois de dois anos divulgando seus produtos gratuitamente nas redes sociais

(Segue...)

 
Fonte:   "Abra a sua empresa a custo (quase) zero", publicada na edição impressa de Pequenas Empresas & Grandes Negócios (ed. 265 - fevereiro/2010)


terça-feira, 12 de abril de 2011

Segredo e Mistério


" Tenho orgulho de ser e sempre ter sido uma pessoa transparente, sem segredos. No entanto não deixo de ter meus mistérios.


— Como assim? Transparente, sem segredos, ter mistérios…


O fato é que mistério não é segredo, não é algo oculto. Mistério é algo que necessita de tempo e entendimento.


As pessoas que me conhecem – minha esposa não me deixa mentir – me comparam a um abismo: aberto, mas profundo; é preciso mergulhar para vislumbrar seus mistérios.


Toda essa enaltação megalomaníaca foi apenas para exemplificar e introduzir o tópico: segredo × mistério.


Segredo é algo que não carece de tempo e pesquisa para ser compreendido, basta ser revelado. É algo simples que está escondido para agregar um caráter de importância que não possui. Quase sempre o objetivo de um segredo é criar desinformação e uma falsa impressão de mistério.


Salvo quando o segredo protege a privacidade de alguém, a maior parte das pessoas que fazem segredo são pessoas rasas, sem mistérios na vida e que sentem falta disso, então fazem segredos para preencher a lacuna.


Mistério é algo que pode estar na frente do nariz, mas requer tempo, conhecimento e percepção para ser compreendido.

A busca por mistérios é a cruzada do dia-a-dia: a cada mistério compreendido, nos tornamos mais capazes, mais sociais. Isso porque as relações sociais – familiares, profissionais, amizades, amores… – são o caminho para os mistérios.


Vejo as pessoas como universos individuais: cada uma com suas próprias leis naturais, com sua própria psiquê. As relações sociais são janelas para outros universos, cheios de mistérios.


Mas pessoas cheias de segredos em geral são superficiais, usam seus segredos para emular uma profundidade inexistente; universos sem muito a oferecer. É como mudar uma unidade de medida para fingir importância.


Como por exemplo dizer que um copo tem oito mil mícrons de profundidade em vez de oito milímetros. Oito mil parece um valor alto, mas é totalmente ilusório… tente beber qualquer coisa em um copo assim…


Segredos são isso: mudar a unidade para fingir o que não existe – reiterando: exceto no caso de proteção de privacidade!


Voltando à analogia dos universos individuais, pessoas abertas costumam ser profundas e trazer mistérios interessantes: são universos profundos.


Tenho uma teoria: são justamente os segredos que impedem a pessoa de crescer!


A pessoa perde a referência e não consegue compreender, nem mesmo enfrentar mistérios, porque os segredos – ou sua manutenção – cobrem o entendimento como um manto impedindo que a pessoa tenha a força necessária para mergulhar em um mistério.


Fica então aqui minha dica: se você gosta de segredos, pára com isso! Seus segredos estão inibindo seu próprio crescimento, é um ciclo vicioso."

Blog Reflexões / Cacilhas, La Batalema