sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ações: veja perguntas que investidor deve fazer antes de começar a investir

Com as recentes quedas do mercado acionário brasileiro e as incertezas sobre os rumos da Bolsa, os especialistas recomendam que os investidores planejem cada vez mais a entrada nas aplicações que envolvem renda variável.
 
Assim, antes de decidir pela compra de ações de determinada empresa, é importante fazer alguns questionamentos e entender quais são os riscos inerentes à operação. Para ajudar os iniciantes neste mercado, o especilista do MoneyFit, André Massaro, listou 10 perguntas que o investidor deve fazer antes de entrar no mercado de ações:

1- Eu já sei o que é o mercado de renda variável?

Em primeiro lugar, se você não sabe a diferença entre renda fixa e renda variável, provavelmente não está preparado para entrar no mercado de ações, na opinião de Massaro. Ele lembra que, por se tratar de renda variável, o preço das ações pode variar, tanto positiva quanto negativamente. “É possível ganhar ou perder nesse mercado e é importante o investidor ter consciência disso”, pontua.
 
2- Preciso de algum tipo de ajuda para tomar decisões de investimentos?

Para Massaro, essa é uma pergunta que o investidor deve se responder com muita sinceridade. Se a resposta for “sim”, é importante que ele recorra apenas a profissionais certificados e autorizados pela CVM para emitir opiniões. “Fuja das 'dicas quentes' e dos espertalhões de plantão como se estivesse fugindo da própria morte”, aconselha.
 
3- Qual é o meu perfil de investidor?

De acordo com o especialista do MoneyFit, uma das chaves para o sucesso nos investimentos é o autoconhecimento. "Saber qual é seu perfil de investidor (medroso, conservador, moderado, agressivo ou “maluco”) é fundamental para definir qual a abordagem correta e a estratégia de investimentos mais adequada", afirma.
 
4- Eu tenho dinheiro suficiente?

Massaro lembra que, atualmente, a bolsa de valores está muito mais acessível ao pequeno investidor do que em outras épocas, mas, ainda assim, para investir de forma segura e vantajosa, é preciso uma determinada quantia de dinheiro. “Quem não tem recursos para compor uma carteira minimamente diversificada e balanceada deve optar pelos fundos ou clubes de investimento”, ressalta.
 
5- Sozinho ou em grupo?

A decisão de entrar na bolsa diretamente ou por meio de um fundo ou clube de investimentos não é determinada apenas pela quantidade de dinheiro disponível para investir, segundo ele. Muitas vezes o investidor pode ficar mais à vontade deixando seus recursos nas mãos de um gestor profissional, associado a uma instituição financeira, que vai administrá-lo juntamente com o dinheiro de outros investidores. Investidores mais abastados podem, inclusive, contratar os serviços de um gestor exclusivo.
 
6- Eu tenho algum plano de curto prazo para o dinheiro que vou investir?

“Se a resposta for 'sim', faça um favor a si mesmo e esqueça as ações”, aconselha Massaro. Nestes casos, ele recomenda um investimento “seguro, estável e de alta liquidez”, como títulos públicos de renda fixa.
 
“Apenas coloque em ações aquele dinheiro que não vai precisar tão cedo, assim não correrá o risco de ser obrigado a se desfazer de suas ações em um período de baixa, tendo que realizar prejuízos”, diz.
 
7- Já defini com qual corretora vou operar?

Transações com ações em bolsa são, necessariamente, conduzidas por intermédio de uma corretora de valores. Caso não tenha uma conta em uma corretora, é a primeira coisa a providenciar. Pesquise as corretoras – existe grande variação de preços e níveis de serviço. Uma lista completa das corretoras autorizadas a operar no mercado está disponível no site da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br).
 
8- O que eu devo saber sobre uma empresa antes de comprar suas ações?

O especialista do MoneyFit lembra que o dinheiro que você está colocando em risco é seu, então, é sempre bom ter um bom motivo para fazê-lo. “Procure saber algo sobre a empresa da qual vai comprar ações, como sua situação financeira, o mercado onde atua e seus principais gestores. Se preferir (e tiver o conhecimento) poderá tomar suas decisões baseado em análises de preços e gráficos, mas certifique-se sempre de ter uma boa razão para comprar”, recomenda.
 
9- Como é o tratamento fiscal?

Massaro lembra que o investimento em ações tem suas peculiaridades fiscais. Os ganhos com ações devem ser declarados mensalmente. “Existem alguns intervalos de isenção para vendas dentro de determinado mês e alíquotas diferenciadas conforme o prazo das operações. É importante que o investidor se informe adequadamente para evitar problemas futuros com as autoridades fiscais afirma.
 
10- O que eu faço se o mercado cair?

De acordo com Massaro, a não ser que você seja um profissional do mercado ou pelo menos um investidor muito experiente e preparado, o melhor a fazer numa situação assim é “nada”. “Quedas fazem parte do 'jogo' e deve-se estar preparado para elas antes de começar”, diz. “Ficar angustiado com o comportamento das ações é algo contraproducente e que frequentemente nos leva a tomar decisões erradas. Mantenha a cabeça fria, não dê ouvidos às opiniões alheias e siga sua estratégia até o fim”, completa.


Por: Diego Lazzaris Borges (Infomoney)

sábado, 14 de maio de 2011

Abra sua empresa a custo (quase) zero - Consultores de gestão, RH e tecnologia mostram como tirar proveito da internet, de associações e redes sociais na hora de começar do zero e com pouco dinheiro

A ideia é inovadora e tem potencial. Na hora de fazer as contas para saber quanto custa tirá-la do papel, porém, a coisa muda de figura. Realizar o sonho de empreender esbarra em questões burocráticas e, principalmente, financeiras, que inibem o voo de muitos ex-futuros-empresários com projetos promissores.

As questões que surgem logo de cara parecem complexas demais para o iniciante. Qual a quantia necessária para abrir a empresa e mantê-la funcionando até obter lucro? Como conseguir crédito mais barato? O que fazer para não errar na hora de aplicar o capital? Em geral, são fatores diretamente relacionados a dinheiro que abatem o ânimo de muitos empreendedores em potencial.
 
“As pessoas têm medo de investir as economias, não ter sucesso e se endividar. Por isso, boa parte das ideias que poderiam originar novas empresas fica apenas na imaginação”, diz Enio Pinto, gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae.

De fato, até há bem pouco tempo, montar uma empresa com o dinheiro contado era missão quase impossível. Porém, com o avanço da tecnologia, esse cenário mudou. Hoje já é possível recrutar on-line, fazer reuniões sem sair do escritório e fidelizar clientes pelas redes sociais sem desembolsar nenhum centavo. “A internet, aliada a estratégias criativas, impulsiona o empreendedorismo”, afirma Carlos Sampaio, coordenador de suporte do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR). Pequenas Empresas & Grandes Negócios ouviu especialistas de diversos setores e elaborou 40 dicas para ajudá-lo a cortar despesas antes mesmo de abrir as portas.

Confira a seguir as estratégias que vão fazer sua start-up decolar.
 
1 > CALCULE OS CUSTOS DE ABERTURA

A emissão do alvará e taxas da junta comercial são os principais gastos para abrir a empresa legalmente. Segundo Cláudio Vallim, consultor jurídico do Sebrae-SP, dependendo do estado, pode haver outras contribuições obrigatórias, mas o custo total da burocracia varia de R$ 900 a R$ 1.500. Para resolver tudo, pode-se optar por contratar um contador ou advogado. Em São Paulo, o valor cobrado pelo prestador de serviço gira em torno de R$ 2 mil.
 
2 > EVITE O CRÉDITO PESSOAL
 
Não busque dinheiro em linhas de crédito pessoal. “Bancos estatais disponibilizam financiamento para pequenas e médias empresas com taxas vantajosas. Enquanto os juros do cartão de crédito são de 10% a 12% ao mês, as outras linhas variam de 1,5% a 2% ao mês. Fuja também das linhas pré-aprovadas, similares ao cheque especial e as mais caras do mercado”, diz o consultor em finanças Alexandre Guimarães, sócio da Kaph Financial Group. Empresas iniciantes podem ainda obter financiamento de até R$ 400 mil (com prazo de até 96 meses, com 36 de carência) do Proger Urbano, disponível em bancos credenciados com juro anual de até 5,33% ao ano, mais TJLP de 6,3% ao ano.
 
3 > MÓVEIS? SÓ O ESSENCIAL
 
Mobiliário é caro. No início, gaste pouco para escolher mesas e poltronas e utilize peças de segunda mão em bom estado. Com o tempo, quando o negócio for ganhando corpo, a decoração pode ir mudando. Muitos empresários, acostumados a trabalhar em grandes empresas, montam escritórios luxuosos e depois descobrem que não têm mais dinheiro para, por exemplo, contratar mão de obra qualificada ou para capital de giro.
 
4 > REAVALIE OS ESTOQUES
 
Não ter um estoque foi a solução que os donos do Magazine 25, loja que vende artigos para festas, encontraram para viabilizar o negócio. Em 2006, Vagner Fradinho Cândido de Oliveira, 55 anos, resolveu investir R$ 100 mil e criar uma loja virtual de produtos na rua 25 de Março. Como não tinha espaço para estocar mercadorias, o empresário não comprava nada antes que os pedidos fossem feitos. “Fazíamos acordos com empresas da região para tirar fotos dos produtos e publicar no site. Ao final do dia, verificávamos quantas vendas tinham sido realizadas e só então íamos às compras”, afirma Bruno Oliveira, 27 anos, filho de Vagner. O empreendimento familiar fatura R$ 5,5 milhões, emprega 30 funcionários e ocupa 36 salas de um prédio, onde fica também a loja física.

5 > FALE DE GRAÇA
 
Use e abuse de programas de ligações via VoIP. Com o Skype dá para fazer chamadas gratuitas pelo computador ou smartphone, utilizar recursos de vídeo, chat e realizar conferências com até nove pessoas. “Embora seja o mais famoso, já existem outras ferramentas grátis semelhantes para baixar na internet, entre elas o Gizmo, o Adphone e o X-lite. Além de a instalação ser simples, a qualidade da chamada não deve em nada à das operadoras de telefone”, afirma Carlos Sampaio, coordenador de suporte do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR).
 
6 > APOSTE NA NUVEM
 
Vale a pena hospedar na nuvem o correio eletrônico, o banco de dados, a parte contábil e o administrativo, entre outros. Acessar todas as informações da empresa de forma remota traz mobilidade. Outra vantagem dos serviços de cloud computing é a economia. Com eles, a manutenção da infraestrutura e a instalação dos softwares nos computadores corporativos diminuem, pois ficam a cargo do provedor do serviço. Não é preciso superdimensionar o servidor. Montar um parque servidor dentro da empresa sai, em média, R$ 20 mil. A mensalidade dos serviços de cloud computing gira em torno de R$ 80 por usuário.
 
7 > TOME DECISÕES SEM SAIR DO ESCRITÓRIO

Ao fazer reuniões opte pelos sistemas de teleconferências virtuais. Muitas vezes, o empresário tem de se locomover ou até viajar para tomar decisões importantes, o que gera gastos que podem ser evitados, pelo menos no início. “A Talkshoe oferece o serviço gratuito. Basta preencher um cadastro e abrir a conta. O Gotomeeting permite fazer videoconferências ilimitadas via web com até 15 participantes por US$ 49 mensais”, diz Carlos Sampaio, coordenador de suporte do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR).
 
8 > EMBARQUE NO GEOMARKETING
 
A ferramenta é uma pesquisa demográfica detalhada que ajuda a conhecer os moradores da região em que o negócio será criado, seu nível socioeconômico e hábitos de consumo. Isso diminui o risco e permite direcionar ações junto ao mercado de atuação. Com os dados, dá para fazer previsões de quanto o empreendimento vai faturar e analisar os concorrentes vizinhos. O Sebrae oferece, de graça, uma ferramenta de geomarketing chamada Bússola.
 
9 > TERCEIRIZE
 
Terceirize tudo o que não for da sua expertise e não represente uma vantagem competitiva, isto é, atividades que não o diferenciem da concorrência. “Uma empresa de comércio eletrônico pode, por exemplo, terceirizar o serviço de delivery. Ter frota própria demanda despesas com manutenção, além do alto capital que deve ser investido na compra das motos e contratação de motoboys. A economia chega a ser de 30%”, diz Dariane Castanheira, professora do Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento da Fundação Instituto de Administração (ProCED/FIA).
 
10 > TENHA UM PERFIL NAS REDES SOCIAIS

“É uma ótima maneira de interagir com milhares de consumidores simultaneamente. Além de divulgar produtos, você pode fazer pesquisa de mercado e manter um contato mais próximo com a clientela”, afirma Silvio Tanabe, especialista em marketing. Desde que fundaram, há dois anos, a Nosh, loja de roupas para crianças, as sócias Bruna Arkalji, 31 anos, e Gisela Arkalji, 28, apostam nas redes sociais. “Usamos o Twitter e o Facebook para fidelizar consumidores e consolidar a marca. No Facebook, por exemplo, publicamos fotos que as clientes nos enviam de seus filhos vestindo peças da Nosh. Elas adoram, mandam para as amigas e para os familiares. Isso ajuda a divulgar a empresa de um jeito leve e afetivo”, diz Bruna. A empresa tem três lojas em São Paulo e fatura R$ 500 mil mensais.
 
MARKLETING VIRTUAL
As irmãs Bruna e Gisela Arkalji: faturamento de R$500 mil ao mês depois de dois anos divulgando seus produtos gratuitamente nas redes sociais

(Segue...)

 
Fonte:   "Abra a sua empresa a custo (quase) zero", publicada na edição impressa de Pequenas Empresas & Grandes Negócios (ed. 265 - fevereiro/2010)